
Na última segunda-feira (20), a Câmara Municipal rejeitou o projeto 27/2020, que daria uma abertura de crédito para melhorar a sinalização da Estância Turística de Pereira Barreto. A Prefeitura receberia R$ 231 mil do DADE (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias), mas a negativa da maioria dos vereadores fez o assunto pegar fogo na terça-feira (21).
A Secretaria de Turismo e Cultura apresentou um plano de melhorias ao município e recebeu o aval do Governo do Estado para seguir com os trabalhos, ou seja, enviar um pedido para a Casa de Leis autorizar a abertura de crédito. O presidente da Câmara, José Aparecido da Silva (PL), o Dega, foi quem colocou o documento na mesa de votação.
Como a maioria votou não, houve grande revolta nas redes sociais por parte dos moradores e até mesmo de funcionários da Prefeitura. Fernando Yabuuti, diretor de Turismo da cidade, usou seu perfil do Facebook para criticar a decisão dos vereadores e afirmou que o dinheiro ficará nas contas do Governo do Estado de São Paulo. “Essa verba já estava tudo certo, até no diário oficial do estado de São Paulo saiu”, explicou o diretor.
Paulo Lyra, radialista da rádio Clube FM e apresentador do Resenha, gravou um vídeo demonstrando indignação e explicou que agora Pereira Barreto a verba disponibilizada pelo DADE não chegará na cidade. “Os nossos vereadores fizeram a desistência desses R$ 231 mil que estavam destinados para Pereira Barreto sem custo algum. Olha só que barbaridade”, disparou o jornalista.
O Fatos Regionais apurou que há muito descontentamento por parte da equipe do prefeito Joãozinho, que tem acusado o grupo do pré-candidato Junior Suman de boicotar o governo.
Vale ressaltar que, em conversa com o Fatos Regionais no início do ano, o dentista afirmou que não tem qualquer participação com as decisões dos vereadores e garantiu que eles são responsáveis por suas ações na Câmara Municipal.
Contudo, não é isso que tem circulado nas redes sociais. Paulo Lyra afirmou em comentários que alguns vereadores anteciparam as eleições e estão impedindo do município se desenvolver.
“É
só saber o líder do grupo oposicionista... Quer a cadeira executiva! Mas usa
testas de ferro no controle dos partidos políticos que o apoiam. E tem um que
se acha o "articulador". Manda chuva...”, relatou o jornalista.
O clima na Prefeitura é que o dinheiro do DADE foi perdido e há preocupação que outros projetos sejam reprovados apenas como boicote político numa tentativa de minar a administração.
Vereadores se justificaram
João Thereza, que não concorrerá nas próximas eleições, se posicionou na última segunda-feira na Sessão da Câmara e explicou que votaria contra o projeto por ele ser igual ao documento 21/2020, além de apontar outros problemas do plano. “Eu acho que é um projeto que já começou viciado, ele foi para Câmara sem documentação necessária, depois foi juntada a documentação”, iniciou o professor.
“Não sou contra sinalizar a cidade, pelo contrário, acho que precisa. Mas sou contra a natureza que o projeto está, que são os números que vão para Câmara que se vão sem dar satisfação ou justificativa, Acho valores elevados para sinalização, além de outros agravantes que têm no projeto”, detalhou o legislador.
Antônio Dias Pereira relembrou que fez indicações para Prefeitura em prol da praia e não foi atendido. “Eu acho que essas sinalizações estão querendo trazer com essa verba de R$ 230 mil. Primeiro que eu acho esse dinheiro muito. Tá se gastando muito dinheiro. Nós enviamos para Prefeitura um abaixo-assinado com aproximadamente 700 assinaturas para que se fosse modificada a sinalização da cidade. Essas mesmas 700 assinaturas foram consideradas um nada, porque ninguém dá ouvido ao que a maioria dos vereadores diz e pede em nome da população”, afirmou o advogado.
Chico Barbeiro e Clebinho também votaram não e reclamaram de não serem escutados pelo Poder Executivo. “Como nós vamos continuar com um palco naquela situação? Acho que temos coisas mais importantes que essa sinalização. Falta documentação e a assinatura do engenheiro do DER”, disse Barbeiro.
João Thereza e Chico Barbeiro ressaltaram em suas argumentações que o dinheiro não será perdido e a Prefeitura tem um prazo para substituir o projeto. Após a repercussão nas redes sociais, nenhum legislador se manifestou até o momento sobre o assunto, mas é provável que o tema ganhe novos capítulos nos próximos dias.
Atualização da reportagem: 14:48
O vereador Chico Barbeiro gravou um vídeo afirmando que o projeto tem 450 dias para poder alterar o projeto e poder utilizar o dinheiro. O legislador ainda afirmou que continua votando pelo interesse da população, mas o documento para abertura de crédito tinha irregularidades e por isso ele votou contrário.
Inicialmente, a reportagem afirmou que nenhum vereador não se manifestou até a publicação da matéria - que ocorreu nesta manhã - mas há equívoco na informação. O vereador Dias se posicionou e explicou que o projeto não estava de acordo com a legalidade. "Quem tá de fora, fala igual o vereador Lyra: 'Olha, só pegar o dinheiro e aplicar". Não é assim, professor. Não é só pegar e aplicar", comentou. O vídeo está disponível nas redes sociais.
Confira abaixo como votou cada vereador:

Baiano – Contra
Clebinho Festeiro – Contra
Chico Barbeiro – Contra
Capitão Dias – Contra
João Thereza – Contra

Isac Motorista – Se absteve
Victor Fachini – Se absteve
Sodinha – Se absteve
Carlão da Água – Favorável
Dega – Favorável
Irmão Sandro – Não esteve presente na sessão
