Empresários ameaçam boicotar quarentena, abrir lojas e podem até ser presos



Empresários da Estância Turística de Pereira Barreto ameaçaram na tarde desta quinta-feira (26) iniciar uma onda de boicotes à quarentena imposta pelo prefeito João de Altayr Domingues, o popular Joãozinho, e também do governador do estado João Dória, que proíbe a abertura de comércios não essenciais.

Em um grupo de Whatsapp, um empresário da cidade publicou uma mensagem falando sobre o boicote. "Bora abrir tudo segunda feira (sic) e deixar a 3 idade e as crianças de quarentena tomando os devidos cuidados. Bora pra cima desse vírus. A única certeza que temos na vida e a morte (sic) o máximo que pode acontecer e da (sic) uma adiantada. Fazer o que bola pra frente", escreveu o dono de uma empresa local.

Na mesma mensagem, o empresário ainda citou o discurso do presidente Jair Bolsonaro. "Como disse o presidente, se a gente ficar parado vamos ter (sic) o vírus e o colapso um dos dois vai mata (sic). Então vamos bate (sic) de frente", encerrou.

Um usuário do grupo concordou. "Vamos pra cima, governador que se dane. O dele cai todo mês, não sabe nem o valor da energia dele". Houve quem se manifestasse a favor e deixasse claro. "Vamos trabalhar pelo amor de Jesus".



Os empresários ainda estão compartilhando em grupos de Whatsapp, uma mensagem anônima espalhada pelas Redes Sociais pedindo que as empresas desobedeçam ordens e voltem a abrir normalmente na semana que vem.

O Fatos Regionais entrou em contato com a Prefeitura sobre o tema e a Administração informou que o decreto continua em vigor e se fará cumprir. Vale lembrar que o documento assinado por João de Altayr Domingues prevê a cassação do alvará das empresas que desobedecerem a ordem de quarentena.

Ainda que a Prefeitura não cumprisse a determinação, a reportagem apurou que o Ministério Público já está avaliando o cenário e pode acionar a Polícia Militar e até dar voz de prisão para o empresário que desobedecer a determinação, pois se trata de um decreto estadual. No documento assinado por João Dória, em seu artigo 3º deixa claro que cabe a Secretaria de Segurança Pública zelar pelo cumprimento da lei e a empresa de São Paulo que descumprir a determinação, poderá incorrer em dois artigos do Código penal.

O primeiro, o 268 diz que "Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa". O outro é o 330, que reza "Desobedecer a ordem legal de funcionário público: Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa". Somadas, as penas podem chegar a um ano e seis meses, além da perda do alvará.

A quarentena começou na Estância Turística de Pereira Barreto na última segunda-feira (23) e um dia depois em todo o Estado de São Paulo. A determinação se deu para combater o novo coronavírus e segue orientações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e de toda a comunidade médica e científica, que é unânime ao declarar a necessidade da quarentena para evitar milhões de mortes devido ao coronavírus.

Até o momento são mais de 492 mil casos do coronavírus no mundo, sendo mais de 20 mil mortes. No Brasil, já são mais de 60 mortes e o número de casos ultrapassou os 2500. Em Pereira Barreto são quatro os casos suspeitos da covid-19. As autoridades de saúde continuam pedindo para que as pessoas fiquem em casa.


Empresários ameaçam boicotar quarentena, abrir lojas e podem até ser presos Empresários ameaçam boicotar quarentena, abrir lojas e podem até ser presos Reviewed by Portal Fatos Regionais on março 26, 2020 Rating: 5

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